quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Conselho a um amigo


Há coisas que demoram, há coisas que não acontecem, mas diga-me, poderia você enumerar as idéias que já teve até hoje? Talvez... Mas e as idéias que não teve? Impossível!
Se por algum motivo não acreditamos existir saída de onde estamos é pelo simples fato de não sermos capazes de imaginar as outras saídas, que estão lá à sombra de nossos pensamentos.
É fácil falar, eu sei, mas isto é apenas a introdução.
Imagine que você entrou numa sala escura e a porta fechou-se atrás de você, o desespero acomete-lhe a o pensamento ao perceber que a porta independente do que você faça não se abre.
É preciso achar a chave você pensa. Enquanto isso o desespero aumenta, você grita a princípio, mas não é ouvido e após algumas horas revirando gavetas a procura da chave o desespero lentamente transforma-se em frustração. -A porta deve estar trancada pelo lado de fora, esta é a fase de pôr a culpa em alguém.
Depois vem a depressão....Os porquês nos vem a tona, e finalmente passado algum tempo, a aceitação. Você senta-se no chão e aceita o fato de estar ali.
O que não sabemos, é que a vida não é assim. Deveras, você encontra-se sozinho e no escuro, mas existem muitas outras portas a sua volta. Você só não foi capaz de enxerga-las pois seus olhos estavam ofuscados com a claridade do mundo lá de fora, e a sua mente focada em voltar pela mesma porta.
Então o que é preciso fazer?
É preciso que nestas horas, primeiramente sejamos capazes de nos concentrar, fechamos os olhos, e isto significa redefinir valores, isto significa que voltemos a nossa essência, não aquela luz capitalista que nos faz ofuscar a visão.
Uma vez que conseguimos abdicar de nossos paradigmas estaremos dando lugar a outros valores que estão para vir. Aos poucos  aquela luz deixa de te ofuscar e você começa a enxergar melhor no “escuro” . Valores que sempre existiram, mas que fomos incapazes de enxergar.
A falta de dinheiro traz infelicidade? Sim, para aqueles que consideram a abundância dele uma felicidade.
Não quero cair aqui em clichês da filosofia indiana, mas faça esta mesma pergunta a uma mãe que perdeu seu filho num acidente de trânsito. A um doente de câncer em fase terminal. Ou então, se fosse possível aos milhares de ricos que ceifam suas próprias vidas ou vivem em depressão.
Parece óbvio não? Que o dinheiro não traz felicidade.
Mas então será preciso fazer um voto de miséria para ser feliz?
É claro que não!
Mas é preciso sim, definir as prioridades do espírito. É preciso que quando estiveres na luz capitalista não abra por demais teus olhos para que não te ofusques. Para que quando entrares naquela sala escura sejas capaz de olhar em outras direções. Sejas capaz de ver outras saídas.
Serenidade, esperança, são nossas ferramentas para tempos de escuridão. É preciso buscar uma luz, uma lanterna, mas se não a tiveres em mãos não se preocupe. Pois tens ao seu redor pequeninas fontes de luz, que apesar de ignoradas permanecem lá, você pode ajuntá-las e te darão um feixe suficiente para lhe dar coragem e te levantar do chão.
Estas pequenas centelhas de luz não são nada mais do que o que você já tem. Esposa, filhos, netos, amigos, uma cama para se deitar, um café ao acordar, pequenas felicidades que não enxergamos no nosso dia a dia. Alimente-as e intensifique a luz, agradeça-os, apegue-se as coisas mais simples e deixe que elas suavizem seu semblante. Reconheça em cada coisa a felicidade da vida. Inspire-se com canções de ninar, recompense-se com um sorriso.
Quando você menos esperar não mais estará forçando aquela porta em busca da luz externa, mas terá conhecido  muitas outras através da sua luz interna.
Coisas pequenas, coisas simples....

Carinhosamente,





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